sexta-feira, 21 de dezembro de 2012
O relógio
Se Nostradamus soubesse
O que sabiam os Maias
Nada seria diferente.
Meu café ainda esfria na mesa.
Minha vida ainda é incerteza.
Minhas costas continuam repugnando o açoite.
Muito embora eu saiba: faltam cinco para meia noite.
terça-feira, 23 de outubro de 2012
Ave Nada
Sempre haverá um ponto de vista e sempre haverá alguém que o defenda religiosamente. É por isso que afirmo que não existe ateísmo. Essa forma de pensar surge do mais puro estado racional do homem, que confronta a existência de "algo" por não haver o mínimo indício de prova para tanto. Assim, o ateísmo é, com toda a razão, o questionador da crença em um ser invisível. No entanto, o que vejo na verdade é um bando de rebeldes que apenas objetiva agredir qualquer forma de sistema ou de situação, e, o mais deprimente é que eles lutam religiosamente contra a religião. Esse paradoxo confirma que a maioria dos ateus é apenas um grupo que acabou criando uma nova religião defendida com tanto fervor quanto um evangélico defende a bíblia, e essa religião é tão cheia de dogmas imbecis, certezas contraditórias como qualquer outra, além de um ídolo supremo: "O Não Crer".
quarta-feira, 17 de outubro de 2012
Último ato
O palhaço embriagado
Em um quadro inacabado
Agora sim, tem seus motivos.
Pois além de incompleto
Perdeu toda a esperança,
E o motivo de seus risos.
Nunca passará de esboço
Tampouco, pintará seu rosto
Jamais sairá do abismo.
terça-feira, 25 de setembro de 2012
quinta-feira, 5 de julho de 2012
Há os que enxeguem um velho
Em um banco repousado
Descansando a idade na sombra
Há os que vejam um ensaio
O prelúdio para a partida
A decrescente marcha da vida
Há os que revelem histórias
E interpretem o sofrimento
E em seu fim, o merecido repouso.
Mas também há quem não enxergue nada
Quem passe indiferente à idade
E indagará lá pelos oitenta
Onde está minha mocidade?
Em um banco repousado
Descansando a idade na sombra
Há os que vejam um ensaio
O prelúdio para a partida
A decrescente marcha da vida
Há os que revelem histórias
E interpretem o sofrimento
E em seu fim, o merecido repouso.
Mas também há quem não enxergue nada
Quem passe indiferente à idade
E indagará lá pelos oitenta
Onde está minha mocidade?
sábado, 5 de maio de 2012
Sem Abreviação (Marcos Zanturin)
Abreviamos o passo,
mas nunca o vinho.
Sob álcool e uvas,
as memórias florescem.
De um modo inconstante,
sem abreviar a amizade,
tanto anos passam
e longe de findar.
Ao som de ventos cantantes
e violões errantes,
cortaremos ainda muitas noites
sem sono nem cansaço.
Sem rimas, nem abreviações,
sem rumos, nem timões,
celebremos o passado,
brindando o futuro.
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